20061121

crônicas de uma morta-viva


a água bate nas minhas costas

me açoita
não a sinto

meu corpo dormente não sente
não geme
se cala

assim, tomo um banho morto
nada tem sabor

se a comida está quente
não sinto

se está fria
não sinto

nada tem frescor

não há motivo além

não compro
não me entendo
nada me satisfaz
e tudo é tão torpe

onde estão todos os ruídos?

tudo se foi quando você partiu
tudo se foi quando você partiu

o frio
o amargo
e o doce



assim, tomo um banho morno
a comida atravessa a minha garganta indiferente
nada tem sabor

só tristeza...

me alimento somente para sobreviver
não entendo

nada dói

o mundo está calado

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